Tratamento da Dor crônica


Tratamento da Dor crônica no fundo das costas

com Exercícios de extensão lombar

e Vibração de corpo inteiro.

JörnRittweger, MD, Karsten Just, MD, +Katjakautzsch, MsPsych, +Peter Reeg, MD, e Dieter Felsennherg, PhDh.

Tratamento da Dor crônica no fundo das costas com Exercícios de extensão lombar e Vibração de corpo inteiro_01

Tratamento da Dor crônica no fundo das costas com Exercícios de extensão lombar e Vibração de corpo inteiro_02

Design de Estudo: Foi conduzida uma experiência controlada aleatória seguida de um acompanhamento de 6 meses.

Objetivo: Comparar os exercícios de extensão lombar e os de vibração do corpo inteiro num quadro de dor crônica no fundo das costas.

Resumo de conhecimentos existentes: A dor crônica no fundo das costas envolve o sistema muscular bem como os sistemas conectivos e nervoso. São utilizados diferentes tipos de fisioterapia para o seu tratamento. A vibração industrial é vista como um fator de risco. Recentemente, o exercício vibratório tem sido desenvolvido como um novo tipo de fisioterapia, pensa-se que ativa os músculos através de reflexos (estiramentos reflexos).

Métodos: Neste estudo, 60 pacientes com dores crônicas no fundo das costas desprovidos de doenças “específicas” da coluna vertebral, com uma idade média de 51.7 anos e um histórico médio de dor de 13.1 anos, praticaram ou exercícios de extensão lombar isodinâmica ou exercícios de vibração durante 3 meses. Os resultados avaliados foram o torque da extensão lombar, dor (escala analógica visual), e incapacidades derivadas da dor (índice de incapacidades devido à existência de dor – PDI ).

Resultados: Foi observada uma diferença significativa e comparável da dor e das incapacidades que dela derivam em ambos os grupos. O torque de extensão lombar aumentou significativamente no exercício vibratório (30.1 Nm/ Kg), mas aumentou significativamente mais no grupo da extensão lombar (+59,2 Nm/ Kg:SEM 10.2; p< 0.05). Não foi encontrada nenhuma correlação entre o ganho e torque lombar e o alívio da dor ou das incapacidades dela derivadas (p>0.2).

Conclusões:Os dados atuais, indicam que uma fraca força muscular lombar não é provavelmente a causa  exclusiva da dor crônica no fundo das costas. Diferentes tipos de exercícios tendem a produzir resultados comparáveis. È interessante o fato da vibração controlada corretamente poder ser mais a cura do que a causa da dor no fundo das costas. [Palavras-chave: dor nas costas, fisioterapia, treino de resistência, tratamento] Spine 2002;27:1829-1834.

Texto:

Em países ocidentais, a dor crônica do fundo das costas (DCFC), constitui um grande problema de cuidados de saúde. Além disso, sobrecarrega os sistemas de segurança social.

Na Alemanha, por exemplo, a DCFC é uma das razões mais importantes para a reforma antecipada.

Pensa-se que a DCFC emerge da dor aguda dos músculos e dos tecidos conectivos, a qual é persistente aproximadamente em 30% dos casos agudos e se torna crônica. Isso ocorre geralmente sem danos ou sintomas específicos que possam ser identificados através de técnicas neurofisiológicas ou de imagem médica.Para além dos fatores somáticos, os fatores psicológicos e sociais desempenham um papel importante na cronificação. Consequentemente, a DCFC é muitas vezes referida como “não específica”.

A emergência fisiopatológica da DCFC é tão vaga como seus critérios de diagnóstico. Para além da dor também se encontra, regra geral, nos pacientes com DCFC, uma reduzida flexibilidade lombar, uma reduzida flexão-relaxamento, observada em pacientes saudáveis, e equilíbrio estático. Por esse motivo, é mais geralmente aceito que os sistemas musculares, bem como os tecidos conectivos e sistemas neurais estejam envolvidos na fisiopatologia da DCFC.

Um ponto de vista geralmente reiterado é que diferentes danos iniciais podem levar a uma hipertonia muscular e consequentemente a uma circulação inadequada, o que estimula e acentua a dor. A longo prazo, isto leva à imobilização, seguida de uma atrofia muscular e a padrões de carga fisiopatológicos, os quais acentuam ainda mais uma futura cronificação da dor.

Embora os exercícios terapêuticos não pareçam ter benefícios num estado agudo, alguns tipos de exercício parecem ser eficazes quando a dor se torna crônica. Entre eles temos a fisioterapia convencional, o treino de resistência, os alongamentos, ou exercícios escolhidos livremente. A extensão lombar, mostrou-se particularmente eficaz.

O exercício de vibração de corpo inteiro (EV) é um dos tipos de exercício que está atualmente a ser testado em áreas de desportos, geriatria e reabilitação. Pensa-se que dá origem à atividade muscular através de alongamentos reflexos. Recentemente, mostramos que existe aumento da potência metabólica durante os exercícios de vibração de corpo inteiro, e que esta potência metabólica derivada da EV é aumentada pela aplicação de cargas adicionais nos ombros, sugerindo uma atividade melhorada dos músculos do tronco.

Na dor aguda no fundo das costas, experimental, os reflexos de alongamento não se alteram, enquanto que a modulação EMG (eletroneuromiográfica), durante a flexão-extensão lombar voluntária é claramente afetada.

A partir daqui, pusemos a hipótese da EV poder provocar reflexos no alongamento dos músculos do tronco, sendo um meio de ativar e fortalecer esses músculos internos.

Nota-se então que em ação prolongada durante a vibração melhoram sua função eretora, debelando notadamente os incômodos gerados pela dor.Isso se deve, pelo fato da vibração reorientar as fibras musculares em cascata organizando sua cadeia cinética sob efeito físico- químico metabólico nutrindo através do aumento da circulação e ainda potencializando a hidratação desses músculos dando efeito biomecânico em consequência.

Esse estudo foi extraído do InstitutfürPhysiologie, Freie UniversitatBerlim , o +Or-thopadischesRückentherapiezentrum, Berlim, o +Klinikfür Ana sthesiologieundOperativeIntensivmedizin, Centro de Dor, Berlim, o §Or-thopa die Praxis, Berlim, e o Centro para Investigação Muscular e Óssea, Hospital Universitário benjamim Franklin, freie Universitat Berlim,  Alemanha.

Publicação:
Data de reconhecimento : 31 julho,  2001.
Data de primeira revisão: 16 de novembro, 2001.
Data de aceitação: 20 de fevereiro, 2002.

Categoria de estatuto dos aparelhos:

O(s) aparelho(s)/ medicamento(s)foi/ foram aprovados pela FDA ou pela agência nacional correspondente para esse efeito;

Categoria de conflito de interesses:

Não foram recebidos quaisquer fundos para apoiar esse trabalho. Nenhum benefício de forma alguma foi ou irá ser recebido de um grupo comercial relacionado direta ou indiretamente com o assunto desse manuscrito.

Nosso objetivo é mostrar a veracidade do estudo e o que tem sido feito ao longo dos anos sobre o efeito da plataforma vibratória nos treinos e na reabilitação de atletas e pacientes neurológicos com mais essa ferramenta terapêutica. Lembrando sobre os critérios de utilização, que sempre associamos outras técnicas; pois nunca podemos atribuir resultado somente à plataforma vibratória; e os efeitos que causam deverão ser seguidos sob orientação de profissional habilitado, fisioterapeuta especializado, para acompanhamento dos resultados satisfatórios do paciente.

Aos amigos leitores

Um abraço,

Dra. Carla Andréa Lopes Oliveira.




Menu